sexta-feira, novembro 11, 2005

Um olhar discreto sobre ti


Tua voz,
aquela que me fez perder
tempos inúmeros de lucidez!
Essa que me remonta sempre
para todas as manhãs
de domingo que passei na praia,
vendo as ondas caírem por terra,
assim pareciam os meus sonhos.
No entanto em todos esses momentos,
havia sempre uma ponte ligando
o abstracto ao concreto.
E nessas ondas via os teus lábios,
muralhas incontornáveis!
O desejo, dizem, é sempre maior,
e por lá se perdem todos os mergulhos
que nunca irei dar.
A minha visão simplista de tudo encontra-se
em tua voz, nos teus lábios, olhos…
E a realidade, essa percorre todas aquelas
manhãs de domingo, vazias,
onde era só eu e o abstracto.



Ivo Furtado

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